sexta-feira, 22 de maio de 2009

Que as minhas mãos encontrem as suas mãos

Que as minhas mãos encontrem as suas mãos,
Num passeio, sob sol escaldante,
após percorrer teu corpo inteiro,
procurando, na tua graciosa anatomia,
Nos teus seios fulgurantes, no teu ventre ontogênico,
Nas tuas pernas generosas, e na tua boca elegante,
Mais que a expressividade de teus esmaltes.
Em cada reentrância, saliência, acidente,
outras casualidades, depressões, obliterações,
enchergar muito mais que árvores, montanhas, montes,
um mar salgado e maternal,
um homem e uma mulher,
face to face, cara a cara,
um sorriso provocante.

Achando as vivências mais profundas,
que se transformam numa geografia,
sombra de tua silhueta,
refletida pela luz da lua,
cheia,
boêmia,
no sertão, nas cálidas noites, da América Latina,
onde, de nosso quarto, avistamos todos os ciclos,
equinócios, solstícios,
o sol e a lua,
A estrela d'alva, vênus vespertina,
Nos cem mil anos - talvez mais -megalítícos,
de nossas vidas

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